Vencedor de 3 Tony Awards em 2004 (incluindo Melhor Atriz para Idina Menzel), 6 Drama Desk Awards (2004) e o Grammy de 2005 na categoria de “Melhor Álbum de Show Musical”, Wicked vem se mostrando um enorme sucesso na Broadway há 7 anos. Devido à este sucesso, já foram montadas várias versões internacionais, como no West End (Londres), na Alemanha e até no Japão.
Com uma produção de encher os olhos, essa peça é uma adaptação do livro Wicked, the Life and Times of the Wicked Witch of the West (que foi traduzido ao português para Maligna) de Gregory Maguire. O livro é um “spin-off” de O Mágico de Oz, escrito por L. Frank Baum em 1900, que conta a história de Dorothy ao aterrissar nas terras do “magnífico e poderoso Oz”. Porém, Wicked nos mostra como era Oz antes da chegada da menina e nos sur preende a cada minuto com uma história no mínimo envolvente.
Sempre fui fascinada pela história de O Mágico de Oz e acho que já assisti o filme de 1939 umas trinta vezes, mas com Wicked foi diferente. Eu ouvi aquela trilha sonora e a primeira coisa que pensei foi “eu preciso ver essa peça ao vivo!” E assim o fiz. Economizei por um ano e finalmente embarquei na viagem mais esperada da minha vida! E foi no dia 2 de janeiro de 2009 que eu vi Wicked pela primeira vez. Era uma sexta-feira à noite, frio como só os Nova Iorquinos conhecem, e lá estava eu, no Gerswhin Theatre, apenas à alguns passos de distância da realização de um dos meus maiores sonhos. Preciso dizer mais alguma coisa? Chorei do início ao fim!
Eu, no primeiro dia que cheguei à NYC (2008) |
A peça começa com um dragão que entra em movimento, posicionado no teto do teatro, acima do palco. Macacos voadores descem por cordas e mexem nas embreagens localizadas nas laterais do mesmo. A “cortina” (no caso de Wicked, um mapa de Oz) sobe e nos revela um enorme chapéu de bruxa, enquanto aquela trilha sonora tão desconcertante e curiosa toca, uma trilha sonora que é tudo menos aquela típica abertura de um musical. De repente, cidadãos de Oz comemoram a morte da Bruxa Má do Oeste e Glinda, a Bruxa Boa do Norte, aparece em sua bolha. Perguntam-lhe, então, se era verdade que as duas já foram amigas. Glinda, sem ver outra saída, conta aos “Ozians” como a conheceu, e assim a verdadeira história começa.
A menina conta-lhes um pouco sobre a vida de Elphaba, criança que nasceu inexplicavelmente verde, mas nunca deixou que isso abalasse seus desejos, sonhos e princípios. Sua maior vontade é conhecer o Mágico, mas ao descobrir que este era uma farsa, a menina se vira contra ele e um rumor de que Elphaba seria maligna toma conta da terra de Oz, dando à esta a fama de “Bruxa Má do Oeste”.
Depois disso, Elphaba é caçada e odiada pelos cidadãos de Oz, que a buscam querendo dar um fim nessa história. O segundo ato se desenrola com surpresas, participações de personagens conhecidos da história d’O Mágico de Oz e um desfecho um tanto quanto inesperado.
Wicked, com músicas e letras de Stephen Schwartz e roteiro de Winnie Holzman, estreou em 2003, produzido pela Universal e dirigido por Joe Mantello. Está em cartaz no Gershwin Theatre, na Broadway, desde então. Seu elenco original contava com nomes consagrados do teatro musical como Idina Menzel (Elphaba), Kristin Chenoweth (Glinda) e Neobert Leo Butz (Fiyero).
Gershwin Theatre |
- 10 coisas que vocês não sabem sobre Wicked (contém spoilers):
- De onde surgiu o nome Elphaba? Como A Bruxa Má do Oeste não tinha um nome próprio na história d’O Mágico de Oz, Gregory Maguire, ao escrever Wicked, teve que nomear sua personagem principal. Mas como criar um nome único e tão peculiar quanto ela? Ele simplesmente pegou as iniciais do L. Frank Baum e as juntou, formando “LFBa”, lendo-se “Elphaba”.
- O nome de Glinda na verdade é “Galinda”, mas ela resolve mudá-lo em homenagem à um professor que sempre a chamava de “Glinda”.
- Em uma apresentação em 2005 de Wicked, na hora que a bruxa derrete, uma plataforma que deveria ter pra que Elphaba descesse pra dentro do palco foi colocada no lugar errado, fazendo com que a Idina Menzel, que estava em cartaz na época, caísse e quebrasse a costela. O show foi parado por 45 minutos, eles asseguraram à todos que Idina estava bem e a peça continuou com Shoshana Bean entrando em seu lugar.
- Devido ao sucesso e curiosidade do público, em janeiro de 2006 foi criado “Wicked - Behind the Emerald Curtain”, que é um “por trás das cenas”, apresentado por 2 membros do elenco: Anthony Galde, que está em Wicked desde 2004 e Sean McCourt, que é do elenco original da peça. Ambos nos mostram, fazendo um tour pelo teatro, figurinos e máscaras usados pelo elenco, efeitos especiais, cenário, e um vídeo que mostra como o show funciona visto dos bastidores. Eu tive a oportunidade de conferir e é realmente incrível! É como se tudo fosse programado nos mínimos detalhes pra que por aquelas duas horas e meia você se sinta realmente em Oz, dentro da história.
- Tem uma música em Wicked que não aparece no CD. É chamada “The Wicked Witch of the East” e é cantada por Nessarose, irmã de Elphaba. É uma ótima música, mas contém muitos diálogos e é considerada um grande spoiler.
- As 7 primeiras notas de “Unlimited, my future is.. unlimited”, que aparece em diversas músicas durante o musical, são as mesmas notas de “Over The Rainbow”, d’O Mágico de Oz.
- As primeiras notas de “No One Mourns the Wicked” se repetem no início de “As Long As You’re Mine”.
- Cerca de 23 milhões de pessoas ao redor do mundo já viram Wicked.
- No livro Maligna, a personagem Elphaba tem um irmão mais novo chamado Shell e um filho, o jovem Liir, que é o personagem principal do segundo livro chamado “Son of a Witch”, traduzido ao português como “O Filho da Bruxa”.
- Nessarose, no livro, também é deficiente física. Porém, não tem problema algum nas pernas. A menina nasceu sem os dois braços.
Bom, gente. É isso. Espero que vocês tenham curtido essas curiosidades. E quem tiver a oportunidade de assistir, por favor, faça-o! Espero que Wicked encante vocês tanto quanto encantou a mim e a milhões de outras pessoas!
Algumas fotos de quando eu estive lá (Clique para ampliar as imagens):
O dragão e o mapa que eu falei no início da matéria |
Com a fofa da Mandy Gonzalez, a Elphaba do elenco atual |
Por: Leticia Magalhães
Twitter: @LettieMagalhaes
Dados:
O show tem 8 apresentações por semana (todos os dias, exceto segunda-feira. Quarta-feira e sábado têm matinée) no Gershwin Theatre - 222 West 51st Street.
Elenco atual - Mandy Gonzalez (Elphaba), Katie Rose Clarke (Glinda), Andy Karl (Fiyero) e Jenny Fellner (Nessarose).
Maiores informações:
www.formspring.me/LettieMagalhaes - hahahah, qualquer dúvida pergunta lá que eu respondo na boa. :D
Texto muito bom, parabéns. =)
ResponderExcluirPrefiro o livro ao musical, mas é impossível não gostar da história, e Wicked merece todo esse sucesso. *-*