domingo, 1 de maio de 2011

If I can make it there, I'll make it anywhere ...


Cena do musical New York, New York (Alessandra Maestrini & Juan Alba)

Hoje (01), estive no Teatro Bradesco para conferir o musical New York, New York. Pelo que vi, considero o maior passo dado na história do gênero no Brasil, mesmo sem apoiar-se em cenários grandiosos e uso de efeitos especiais; o espetáculo conta com a originalidade e inteligência do diretor. José Possi Neto tangencia a perfeição dos famosos americanos e nos mostra que é possível criar, não que estejamos constatemente imitando, a exemplo disso cita-se Charles Moeller & Claudio Botelho em 7 - O Musical. Acontece que em New York, New York a cobrança é bem maior, adaptar um filme estrelado por nada mais nada menos do que a dupla Liza Minnelli e Robert De Niro não é tarefa fácil para nenhuma equipe criativa. A versão mundialmente inédita surpreende, acerta, falha e por fim encanta.

Para dar vida aos protagonistas foram escalados Alessandra Maestrini e Juan Alba, escolha acertada. Se você já ouviu por aí que Maestrini é uma das maiores atrizes para Musicais do Brasil, acredite. Dona de uma interpretação quase inquestionável e de uma voz pra ninguém botar defeito a nossa Francine Evans arranca aplausos fervorosos da plateia. Como já era de se esperar mesmo antes da estreia, a atriz é o grande destaque da produção, um show de técnica, assim defino. 

Juan Alba surpreende, quando recebi a lista de elenco e vi seu nome, confesso que simultâneo a surpresa veio o receio, mas não há de que. Em boa parte dos grandes momentos do musical Juan Alba está presente. Como cantor e ator não há ressalvas. 

Acredito que no quesito Harmonia New York, New York derrube de longe os outros em cartaz, como há momentos solos para praticamente todos do elenco, mesmo sem terem personagens definidos o grupo de atores dá um show, mais um acerto da direção. Todos querem mostrar o seu melhor, todos podem ser enxergados, não é apenas um Ensemble, mas sim vários atores que como os protagonistas merecem todos os aplausos. Na minha sessão Simone Gutierrez foi substituída, aliás muito bem substituída. Julianne Daud se sai bem na sua participação. A Big Band formada em pleno palco do Teatro Bradesco não podia ser melhor. Destaco a cena do barulho do trem produzido apenas pelos atores, por meio do sapateado. Genial.

Porém, como nem tudo é rosa, o espetáculo apresenta erros um tanto graves, como as projeções, as legendas, atrasos e algumas falhas técnicas. Considero inapropriado a onda do uso das projeções em musicais de grande porte, tornam-se obsoletas e por vezes atrapalham o trabalho do ator e a visão da plateia. A legenda talvez tenha sido o grande erro da produção, o seu uso somente se faz lógico quando é possível lê-las, o que não acontece uma vez que as mesmas se encontram em pontos muito altos, além do nosso plano de visão. Os atrasos incomodam, chegaram a passar de 10 min antes do início do espetáculo e prosseguiram na volta do intervalo. Os erros técnicos vão desde uma iluminação mal projetada (algumas partes) até sons extremamente altos (também em algumas partes). Isso não pode acontecer. 

Como diria Liza Minnelli If I can make it there. I'll make it anywhere. O Nosso New York, New York é para o mundo!


Tendo estreia em 14 de Abril o musical segue em cartaz até 5 de Junho, onde dará lugar a "As Bruxas de Eastwick" produzido pela Time For Fun. 


Conceito: Ótimo (+)

Serviço: 

Musical New York, New York
Local: Teatro Bradesco - Rua Turiassu, 2100
Piso Perdizes do Bourbon Shopping - São Paulo
Horário: quintas 21h, sextas  21h30,  sábados 17h e 21h; domingos 19h
Duração: 2h15min, sendo 15 min de intervalo
 
 

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