domingo, 13 de maio de 2012

Priscilla, a Rainha dos Palcos Paulistanos.


Priscilla, a Rainha do Deserto é o melhor musical em cartaz na cidade de São Paulo.


O espetáculo protagonizado por André Torquato, Ruben Gabira e Luciano Andrey reúne as três características que levam uma produção do gênero ao sucesso: boas músicas, ótima produção e um elenco de ponta. Os resultados são vistos no próprio teatro, plateia lotada e de pé. 


A produção realizada pela GEO Eventos em parceria com a Base Entertainment é visualmente impecável. Não há como deixar de notar os figurinos, cenários e todos os outros aparatos montados no palco do Teatro Bradesco. Tudo isso não é utilizado sem motivo ou por simples apelo comercial, Priscilla exige a presença de hipérboles que, no contexto, funcionam muito bem e nos transportam para o universo regado a paetê das Drags.


Mais até do que os figurinos, quem brilha de verdade é o elenco. Lideradas pela experiente Bernadette (Ruben Gabira), Felícia (André Torquato) e Mitzi (Luciano Andrey) dão um show de interpretação, mas desnivelam-se. Seguramente André é o mais completo do trio, excelente cantor, ator e dançarino, protagoniza as cenas de maior dificuldade de execução. Gabira desliza levemente no canto, mas desfila na interpretação; é daquele tipo que gera a dúvida: Será que é mulher? Já Luciano Andrey demonstra que canta muito, mas ainda deixa a desejar na composição do personagem, nas cenas em que não está montado como uma Drag e na companhia das amigas, sua interpretação é um tanto forçada. 


O trio das Divas é um show a parte. Já no início elas levantam a plateia com It's Raining Men e emplacam sucessos como I Say a Little Prayer e I Will Survive.  Priscila Borges (destaque), Simone Gutierrez e Livia Graciano compõe esta que é uma das jóias do espetáculo.


Destaque também para a Lissah Martins e Saulo Vasconcelos, o casal atrapalhado enriquece a veia cômica do musical, principalmente pela atuação de Lissah. 


Há um erro grave de adaptação. A opção por não versionar a maioria das músicas e mantê-las na língua original atrapalha sim o entendimento da história, há passagens em que as canções praticamente substituem as falas. Já é difícil entender corretamente as letras em Português na maioria dos musicais, quanto mais em inglês. Isso afeta as músicas não conhecidas, obviamente.

 Com poucos erros e grandes acertos, Priscilla torna-se o melhor musical em cartaz na cidade de São Paulo. Em comparação aos outros, o musical sai muito a frente em relação a produção. O cuidado estético pode somente ser comparado ao excelente trabalho realizado em Jekyll & Hyde - O Médico e o Monstro. De lá pra cá não houve nada que chegasse perto do que se vê por lá.


Priscilla, a Rainha do Deserto está em cartaz no Teatro Bradesco e devido ao grande sucesso de público, não há uma data concreta para o fim da temporada paulistana.

SERVIÇO

Endereço 
Shopping Bourbon - Piso 3
Rua Turiassu, 2100

Quando 
Quinta e Sexta, 21h; 
Sábado, 17h e 21h; 
Domingo, 16h e 20h. 
Bilheteria: 12h/20h (segunda a quarta); a partir das 12h (quinta a domingo). 
Ingresso Rápido - www.ingressorapido.com.br
Estreou em 17/03/2012.

quinta-feira, 10 de maio de 2012

Conheça a nova casa dos Reis dos Musicais

Teatro GEO

É o chamado casamento perfeito: de um lado, a sólida experiência com o teatro musical dos criadores Charles Möeller e Claudio Botelho, responsáveis por grandes sucessos dos últimos anos (Hair, O Violinista no Telhado); de outro, a GEO Eventos, empresa que, associada à americana Base Entertainment, investe maciçamente na área desde a estreia de Priscilla – A Rainha do Deserto. O acordo foi fechado há alguns dias e Möeller e Botelho, agora diretores de musicais da GEO, são responsáveis pelos novos projetos da empresa.

“O que mais nos encanta nessa parceria, além da possibilidade de continuarmos com nossos planos, é a ponte com o mercado americano por meio da Base”, comenta Botelho. “Passamos uma semana em Nova York conversando com seus dirigentes e descobrimos que eles dispõem de títulos recentes mas também de clássicos, que fazem parte do nosso repertório.” Com isso, um de seus primeiros projetos na nova casa, o musical sobre Milton Nascimento, pode também chegar aos EUA e à Europa.

Möeller e Botelho, que trabalham juntos desde 1997, quando estrearam o primeiro espetáculo, As Malvadas, estavam ligados à Aventura Entretenimento, empresa carioca que produziu todos seus musicais desde A Noviça Rebelde, em 2008. “Colecionamos vários sucessos e levamos, no total, mais de 1 milhão de pessoas aos teatros, mas, nos últimos meses, nossos desejos artísticos já não batiam mais”, explica Botelho. O desencontro começou quando a Aventura enveredou por outros caminhos, como desenvolver uma estratégia de marketing para a escola de samba São Clemente, no carnaval carioca, além de preparar um musical sobre o Rock in Rio – projetos que não figuravam nas intenções da dupla. O último trabalho conjunto, a montagem de O Mágico de Oz, estreia em junho, no Teatro João Caetano, no Rio.

Ao saber da notícia que Möeller e Botelho deixaram a Aventura, Leonardo Ganem, diretor-geral da GEO Eventos, iniciou as negociações. “Pretendemos fazer grandes investimentos no teatro musical aqui no Brasil e também no exterior”, explica. “E ninguém melhor que Charles e Claudio para cuidar disso; afinal, eles começaram seu trabalho quando ninguém se interessava por musicais e hoje são grandes especialistas.”

O contrato de três anos (com direito a renovação) prevê que a dupla entregue ao menos cinco projetos de espetáculos por ano à GEO que, por sua vez, responsabiliza-se para viabilizar dois ou, ao menos, um deles. “Eles continuam com total liberdade de criação, sem as imposições que muitas vezes acompanham alguns espetáculos da Broadway”, reforça Ganem, lembrando que a aproximação aumentou com a abertura de um escritório da empresa, que é sediada em São Paulo, no Rio.

Já Charles Möeller e Claudio Botelho conseguirão viabilizar outro sonho antigo: o de ter um teatro próprio, uma vez que a GEO mantém um amplo espaço (são mais de 600 lugares), localizado no mesmo prédio que abriga o Instituto Tomie Ohtake. “Hoje, é um dos locais mais completos para se montar musicais no Brasil”, acredita Botelho.

A dupla não participará, no entanto, do espetáculo Arrabal, que vem sendo concebido na Argentina pelo músico Gustavo Santaolalla. “Devemos estreá-lo no próximo ano em Boston ou Nova York”, conta Ganem.


PRIMEIROS PROJETOS

Milton Nascimento – Nada Será como Antes
Musical sem diálogos que não pretende contar a vida do cantor e compositor mineiro – apenas revelar sua obra. Serão 60 músicas, interpretadas por 11 atores e um quarteto de cordas. Estreia prevista para o dia 5 de agosto no Teatro Net Rio – Sala Tereza Rachel, no Rio


Como Vencer na Vida Sem Fazer Esforço
Montado pela primeira vez na Broadway em 1961, musical mostra como um lavador de janelas encontra um guia prático de subir nos negócios. Estreia em outubro ou em janeiro de 2013, no Teatro GEO, com Luis Fernando Guimarães (pela primeira vez em um musical) e Bruno Gagliasso


Dancing Days
Musical de Nelson Motta sobre a casa de espetáculos montada por ele na Gávea, no Rio, nos anos 1970, Lá, tornou-se reduto da disco music e foi onde surgiram, entre outros, os sucessos do grupo Frenéticas. Deve estrear no próximo ano, no Teatro Casagrande, no Rio.

Texto de Ubiratan Brasil - www.estadão.com.br


DICA: Acesse o site do Teatro GEO! Por lá é possível realizar um Tour Virtual por todo o espaço do Teatro - www.teatrogeo.com.br