Priscilla, a Rainha do Deserto é o melhor musical em cartaz na cidade de São Paulo.
O espetáculo protagonizado por André Torquato, Ruben Gabira e Luciano Andrey reúne as três características que levam uma produção do gênero ao sucesso: boas músicas, ótima produção e um elenco de ponta. Os resultados são vistos no próprio teatro, plateia lotada e de pé.
A produção realizada pela GEO Eventos em parceria com a Base Entertainment é visualmente impecável. Não há como deixar de notar os figurinos, cenários e todos os outros aparatos montados no palco do Teatro Bradesco. Tudo isso não é utilizado sem motivo ou por simples apelo comercial, Priscilla exige a presença de hipérboles que, no contexto, funcionam muito bem e nos transportam para o universo regado a paetê das Drags.
Mais até do que os figurinos, quem brilha de verdade é o elenco. Lideradas pela experiente Bernadette (Ruben Gabira), Felícia (André Torquato) e Mitzi (Luciano Andrey) dão um show de interpretação, mas desnivelam-se. Seguramente André é o mais completo do trio, excelente cantor, ator e dançarino, protagoniza as cenas de maior dificuldade de execução. Gabira desliza levemente no canto, mas desfila na interpretação; é daquele tipo que gera a dúvida: Será que é mulher? Já Luciano Andrey demonstra que canta muito, mas ainda deixa a desejar na composição do personagem, nas cenas em que não está montado como uma Drag e na companhia das amigas, sua interpretação é um tanto forçada.
O trio das Divas é um show a parte. Já no início elas levantam a plateia com It's Raining Men e emplacam sucessos como I Say a Little Prayer e I Will Survive. Priscila Borges (destaque), Simone Gutierrez e Livia Graciano compõe esta que é uma das jóias do espetáculo.
Destaque também para a Lissah Martins e Saulo Vasconcelos, o casal atrapalhado enriquece a veia cômica do musical, principalmente pela atuação de Lissah.
Há um erro grave de adaptação. A opção por não versionar a maioria das músicas e mantê-las na língua original atrapalha sim o entendimento da história, há passagens em que as canções praticamente substituem as falas. Já é difícil entender corretamente as letras em Português na maioria dos musicais, quanto mais em inglês. Isso afeta as músicas não conhecidas, obviamente.
Com poucos erros e grandes acertos, Priscilla torna-se o melhor musical em cartaz na cidade de São Paulo. Em comparação aos outros, o musical sai muito a frente em relação a produção. O cuidado estético pode somente ser comparado ao excelente trabalho realizado em Jekyll & Hyde - O Médico e o Monstro. De lá pra cá não houve nada que chegasse perto do que se vê por lá.
Priscilla, a Rainha do Deserto está em cartaz no Teatro Bradesco e devido ao grande sucesso de público, não há uma data concreta para o fim da temporada paulistana.
SERVIÇO
Endereço
Shopping Bourbon - Piso 3
Rua Turiassu, 2100
Rua Turiassu, 2100
Quando
Quinta e Sexta, 21h;
Sábado, 17h e 21h;
Domingo, 16h e 20h.
Bilheteria: 12h/20h (segunda a
quarta); a partir das 12h (quinta a domingo).
Ingresso Rápido - www.ingressorapido.com.br
Estreou em 17/03/2012.
Renan Augusto, me passaram sua crítica e eu não me contenho!
ResponderExcluirPreciso rebater alguns fatos que vc comentou.
Sua crítica ao Ruben é COMPLETAMENTE infundada!
Bernadette deixa absurdamente claro que não canta. Ou seja, só para explicar: A Dette não canta!!!! Aliás, ela abomina drags que cantam, a arte dela é a dublagem. Então COMO você quer que o Ruben cante com perfeição? Pesquise e verá que ele cantou ópera em Viena, você acha MESMO que teria como um cantor de ópera, de MPB, de música infantil derrapar nas músicas POP de Priscilla? Ele só faz isso porque é mais do que bom. Ele só está perfeito no papel.
Outra coisa... você não é um bom observador.. se fosse não ficaria em dúvida sobre ele ser homem ou não. Em certos momentos o figurino não favorece nem um pouquinho essa sua questão. O que, aliás, ISSO SIM poderia ser apontado como um deslize da figurinista.
Meu sobrinho tem 14 anos, não fala nada de inglês e não tem dúvida nenhuma a respeito do roteiro ou da história, ou seja, não há mesmo a necessidade de tradução. Nos momentos em que isso é necessário a letra foi traduzida como em "I say a little prayer for you".
Quanto ao Luciano: achei que no início ele estava muito focado na interpretação que viu na Broadway, deve ter sido do Will Swenson, que está saltitante DEMAIS pro meu gosto, mas se encontrou e está perfeito já há um bom tempo no papel. Ele é tão ótimo quando Ruben e o jovem serelepe André.
Boa Tarde Val,
ExcluirAcho que você não entendeu bem o que eu disse. Minha observação sobre a atuação do Ruben foi extremamente positiva. O adjetivo usado foi 'desfila' aludindo ao fato de que a montagem de sua Bernadette foi feita de maneira bem elegante. Quanto ao quesito vocal não mudo minha opinião. Não conheço o trabalho do Ruben fora do Brasil e falo pelo que vi em Priscilla. Tenho bastante experiência em musicais, te garanto que esse não é o primeiro que assisto, portanto, me sinto bastante a vontade para fazer tais observações. Afirmo novamente, ele é um ator fantástico.
Sobre o Luciano eu também não mudo minha opinião. Assisti Priscilla mais de uma vez e não notei grandes diferenças na interpretação.
Os figurinos não são falhos, aliás, a produção estética desse espetáculo é impecável.
Finalmente, sobre o André, ele é de fato o que mais se destaca e não é de hoje. André foi destaque em Gypsy, em Bruxas de Eastwick e agora em Priscilla, é um grande artista, completo e que vem se consolidando no grupo de elite do Teatro musical brasileiro.
Obrigado por enriquecer nossa discussão.
Grande Abraço
Renan
PS: Uma vez criei um blog sobre o curta no qual atuei como produtora e agora fica aparecendo isso nas assinaturas mas a EQUIPE do curta não tem nada a ver com esse comentário... a opinião é minha, Val Groppo.
ResponderExcluir